Provavelmente, até no mundo "blogosférico" sou das poucas (raríssimas) pessoas que nunca viu Game of Thrones! Sim, podem já começar a atirar pedras e a levar as mãos à cabeça enquanto praguejam "como é que é possível? Saíste da caverna agora?".
Vamos já esclarecer uma coisa: Não tem nada de mal em ser-se diferente; Não tem nada de mal em nunca ter visto o mesmo que a maioria; Nem tão pouco tem mal não gostar do mesmo.
Mas como diz o velho ditado "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura (!)" e não é que gostei? Vá, acalmem o facho, também ainda só vi o primeiro episódio.
Na verdade nunca tinha visto GOT - olhem para mim a falar como uma nativa-, mas não foi por gostar de ser do contra ou por querer ir contra a maré. Simplesmente não sou pessoa de ligar o computador e ver episódios a fio durante horas. Geralmente prefiro despender do meu tempo numa mesa rodeada de amigos; ler um livro; ver um filme e ir ao cinema; cozinhar; passear com os meus cães. E nunca tinha calhado ver!
Serei o único alien que nunca viu GOT ou há por aí alguma alminha que se junta a mim? Se houver lamento, vai ficar sozinha porque eu já me rendi!
No cinema, durante o intervalo do filme, sem energia, mole e cheia de sono, olhei de soslaio para a Joana e vi-a devorar o pacote de pipocas e pensei no quão cheia estava para nem sequer uma mini pipoquinha caber-me dentro do estomâgo. Foi quando comecei a analisar, em calorias, o meu fim-de-semana ...
(Ora vejam do que se trata quando falam em compulsão alimentar e fome emocional)
Pensei imenso antes de escrever esta publicação. Podia simplesmente fechar-me na minha vergonha e niguém saberia tudo o que comi durante o fim-de-semana... nem eu teria “consciência” disso. Faria Fast Forward e, pronto, já estava...Continuaria a dizer que estou a fazer dieta e a ir ao ginásio, mas os resultados nunca apareceriam... e eu diria (como digo sempre): “parece que com os anos esta porra de emagrecer fica mais difícil. Ou então é a dieta que é desajustada...”... mas a minha favorita é “eu nem percebo porque é que não consigo emagrecer. Tenho uma alimentação saudável”. Para rir não é?
Não, na verdade não dá vontade de rir, só de chorar! Quando em retrospetiva vejo o fim-de-semana alimentar que tive ... e atenção, falo em fim-de-semana, mas durante a semana também cometi certos pecados, Penso: “como é possível que arranje forças para me levantar às 06:20 da manhã, quatro vezes por semana para ir ao ginásio, e depois deite tudo a perder no que toca à comida?”
Não é fácil. Fala-se muito em distúrbios alimentares como a anorexia, a bulimia... mas pouco sobre a compulsão alimentar (apesar de cada vez se ouvir mais sobre este problema). É ansiedade, são medos, são as expectativas, as pressões, é a tristeza, são restrições excessivas... são um N de situações que podem despoletar isto e que só sossega quando o estomago está cheio e quase a rebentar pelas costuras. É a cabeça e a autoestima que vão abaixo a cada alimento processado que metemos à boca e arruinamos todo o trabalho de uma semana.
A cabeça... a cabeça tem tanta força na nossa vida. Cada vez mais digo e repito: acredito que o bem-estar, que ter saúde, começa (e termina), na nossa saúde mental; ter saúde psicológica, ter uma mente saudável, trás tudo o resto consigo. Já o inverso não estou certa de que aconteça.
Para esta semana não vou colocar objetivos inalcançáveis. Não vou colocar pressão e obrigar-me a ir ao ginásio 4/5x por semana... vou simplesmente respirar e ter calma...vou criar metas e objetivos de curto prazo, mas reais.
Vou, tentar, cuidar mais de mim. Da minha mente. Vou parar e pensar nas escolhas, nas pequenas escolhas, que estou a tomar diariamente.
Vá, confesso que estou a tentar contrariar esta minha tendência para trazer bagagem do ano anterior para um novo, mas reconheço que é um enormíssimo cliché quando todo o mundo começa a pregar aos 7 ventos que, passo a citar: "este ano é que vai ser", "20xx vai ser um ano em grande.", "este vai ser O Ano. O que ficou para trás, para trás fico" ...
O bom dos clichés é que podem torna-se realidade, tenhamos nós a vontade e coragem para fazer acontecer.
Para este ano não escrevi nenhuma resolução. Nem uma. Mas gravei a lápis, no coração, esta vontade que tenho de me superar. De levantar a cabeça e, novamente digo, fazer acontecer.
Para 2019 só peço dias recheados de gargalhadas, de amigos e de energias positivas. Já agora, se não for pedir muito, também gostava que 2019 nos bafejasse com dias mais quentinhos porque nossa-senhora-da-boa-nova eu não aguento este frio do ártico!! E que se estiver para durar, vou-me sentir obrigada a ser pedinchona e a pedir também mais pares de peúgas.