Aceitar que precisamos de ajuda, não é fácil. Pelo menos para mim, dona do meu nariz, critica nº1 das minhas falhas e lacunas, não é nada fácil! Acho que consigo sempre dar a volta a tudo, sozinha. Às vezes, não é bem assim...
Ontem enquanto mandava abaixo uma caixa de batatas fritas Pringles, depois de já ter virado (quase) uma caixa de bolachas húngaras, pensei para comigo na vida que andava a levar. Não só no que andava a comer, mas os motivos que me levam a comer - para além da gula hereditária que a minha rica mãe me passou- e que me sinto a fazerem afundar a cada dia que passa.
Não é só o latente interesse por açúcar e alimentos processados no geral. É o crescente desinteresse por alimentar a minha vida em particular. Alimentar os sonhos com nutrientes bons, cortar com os açucares que preenchem os medo, as gorduras saturadas que desanimam os meus dias e fazem ser, só mais um dia.
Cheguei à conclusão que preciso de uma reeducação alimentar, mas no que à vida diz respeito.
Não acho que esteja deprimida, nem tão pouco a entrar numa depressão. A verdade é que sou uma pessoa alegre e muito sorridente, mas da mesma forma que o sou, também sou igualmente uma pessoa frágil e extremamente insegura. E apesar de não achar que esteja nesse estado emocional, tenho receio de estar alimentar (teorica e literalmente falando) esse estado da mente.
E pensei "É desta. Tem de ser desta. Não podes vacilar mais e nem é pelas calças tamanho 44, os 100cm de anca ou os número a crescerem na balança. É mesmo por ti e pelo que trazes dentro do peito. Tem de ser desta, para provares a ti mesmo que consegues, que não é mais uma das tuas ideias inacabatas. Tem de ser desta para veres como também consegues."
Peguei no telefone e liguei à nutricionista onde fui há uns anos. Tem 4 consultórios e eu queria aquela nutricionista em especifico, por isso, julgava eu que só teria consulta dentro de duas semanas. Mas os astros alinharam-se e, consientes da minha necessidade, eis que a Dona Graça me diz que, há uma vaga para as 16:30h DE HOJE.
Pois é, parece que não vou esperar pela segunda-feira, pelo dia 1 ou pelo próximo mês.
Então, lá vai a Jéssica, durante a hora de almoço à procura das belas das avaliações fisicas que fez no passado... A minha luta com o peso e com a comida começou em 2013... Vai fazer 6 anos em Março que a minha guerra, interior, começou.
Aprazéis este lindo quadro, digno de um filme de terror :
Pois é.. fiquem atentos pelas cenas dos próximos capitulos
Ainda não tinhas nascido e eu já te tinha escolhido o nome: "a última a nascer, preta, vai chamar-se Flicka". Quis a sorte ou o destino que, para além do nome, também escolhesse(s) que esta seria a tua casa. Eras a quinta deste disparate que um dia tivéramos de ter cinco cães. Talvez por isso a mais ciumenta. Não podias ver-me aproximar de nenhum outro cão e livre-se de quem tentasse aproximar de ti, tivesse quatro ou duas patas. Mas para mim eras de uma meiguice ímpar. Eras o meu lobo(ito) em pele de cordeiro. A (única) que eu ia buscar, à socapa, durante a noite para dormir comigo, e metia o despertador de madrugada para que o pai não nos descobrisse a manha.
Esta vida madrasta levou-te de mim cedo demais. Cedo. Muito cedo. Obrigada por teres lutado com todas as forças que te restavam. Tenho a certeza de que te agarraste à vida por nós e só por nós.
Levaste um pedaço do meu coração contigo, mas um dia cobro-te, com juros, em beijos.
Provavelmente, até no mundo "blogosférico" sou das poucas (raríssimas) pessoas que nunca viu Game of Thrones! Sim, podem já começar a atirar pedras e a levar as mãos à cabeça enquanto praguejam "como é que é possível? Saíste da caverna agora?".
Vamos já esclarecer uma coisa: Não tem nada de mal em ser-se diferente; Não tem nada de mal em nunca ter visto o mesmo que a maioria; Nem tão pouco tem mal não gostar do mesmo.
Mas como diz o velho ditado "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura (!)" e não é que gostei? Vá, acalmem o facho, também ainda só vi o primeiro episódio.
Na verdade nunca tinha visto GOT - olhem para mim a falar como uma nativa-, mas não foi por gostar de ser do contra ou por querer ir contra a maré. Simplesmente não sou pessoa de ligar o computador e ver episódios a fio durante horas. Geralmente prefiro despender do meu tempo numa mesa rodeada de amigos; ler um livro; ver um filme e ir ao cinema; cozinhar; passear com os meus cães. E nunca tinha calhado ver!
Serei o único alien que nunca viu GOT ou há por aí alguma alminha que se junta a mim? Se houver lamento, vai ficar sozinha porque eu já me rendi!
No cinema, durante o intervalo do filme, sem energia, mole e cheia de sono, olhei de soslaio para a Joana e vi-a devorar o pacote de pipocas e pensei no quão cheia estava para nem sequer uma mini pipoquinha caber-me dentro do estomâgo. Foi quando comecei a analisar, em calorias, o meu fim-de-semana ...
(Ora vejam do que se trata quando falam em compulsão alimentar e fome emocional)
Pensei imenso antes de escrever esta publicação. Podia simplesmente fechar-me na minha vergonha e niguém saberia tudo o que comi durante o fim-de-semana... nem eu teria “consciência” disso. Faria Fast Forward e, pronto, já estava...Continuaria a dizer que estou a fazer dieta e a ir ao ginásio, mas os resultados nunca apareceriam... e eu diria (como digo sempre): “parece que com os anos esta porra de emagrecer fica mais difícil. Ou então é a dieta que é desajustada...”... mas a minha favorita é “eu nem percebo porque é que não consigo emagrecer. Tenho uma alimentação saudável”. Para rir não é?
Não, na verdade não dá vontade de rir, só de chorar! Quando em retrospetiva vejo o fim-de-semana alimentar que tive ... e atenção, falo em fim-de-semana, mas durante a semana também cometi certos pecados, Penso: “como é possível que arranje forças para me levantar às 06:20 da manhã, quatro vezes por semana para ir ao ginásio, e depois deite tudo a perder no que toca à comida?”
Não é fácil. Fala-se muito em distúrbios alimentares como a anorexia, a bulimia... mas pouco sobre a compulsão alimentar (apesar de cada vez se ouvir mais sobre este problema). É ansiedade, são medos, são as expectativas, as pressões, é a tristeza, são restrições excessivas... são um N de situações que podem despoletar isto e que só sossega quando o estomago está cheio e quase a rebentar pelas costuras. É a cabeça e a autoestima que vão abaixo a cada alimento processado que metemos à boca e arruinamos todo o trabalho de uma semana.
A cabeça... a cabeça tem tanta força na nossa vida. Cada vez mais digo e repito: acredito que o bem-estar, que ter saúde, começa (e termina), na nossa saúde mental; ter saúde psicológica, ter uma mente saudável, trás tudo o resto consigo. Já o inverso não estou certa de que aconteça.
Para esta semana não vou colocar objetivos inalcançáveis. Não vou colocar pressão e obrigar-me a ir ao ginásio 4/5x por semana... vou simplesmente respirar e ter calma...vou criar metas e objetivos de curto prazo, mas reais.
Vou, tentar, cuidar mais de mim. Da minha mente. Vou parar e pensar nas escolhas, nas pequenas escolhas, que estou a tomar diariamente.